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Lactato Sanguíneo. Derrubando alguns mitos que cercam o ácido lático e os ciclistas

Lactato sanguíneo: Já sentiu queimação nas pernas e falta de ar quando pedala subindo uma serra. Entenda melhor e descubra se a culpa é do ácido lático?

Você faz uma força brutal, mas não adianta e a cada pedalada assiste aos seus amigos abrindo e indo cada vez mais longe de você.

Lactato Sanguíneo ácido lático e os ciclistas

Essa dor ou queimação é causada pelo ácido lático, e mesmo que por muito tempo ele tenha sido considerado um vilão, pesquisas recentes têm feito algumas descobertas surpreendentes sobre os benefícios do lactato sanguíneo e sua conexão com a melhoria do desempenho do ciclismo.

Ácido láctico ou lactato sanguíneo

Você pode achar que os termos “ácido lático” e “lactato sanguíneo” são usados ​​para descrever a queimação que um ciclista sente quando se exercita em alta intensidade. 

Lactato Sanguíneo. Derrubando alguns mitos que cercam o ácido lático e os ciclistas

Assumimos que eles são a mesma coisa, mas são diferentes. O lactato sanguíneo é realmente produzido pelo seu corpo quando você se exercita e serve como combustível para os músculos, ajuda a retardar a fadiga e reduz as lesões. O ácido lático não é produzido pelo organismo durante o exercício e é diferente do lactato sanguíneo, pois contém um próton adicional. Essa diferença é muito pequena, daí a confusão, mas o corpo produz e usa lactato sanguíneo, não ácido lático. É um erro comum.

O que é lactato sanguíneo?

Lactato Sanguíneo ácido lático e os ciclistas

Quando pedalamos ou praticamos qualquer atividade física, o nosso corpo utiliza nossas reservas de glicose, glicogênio, gordura e proteína para produzir energia para os músculos. A energia que o organismo tende a queimar primeiro é o glicogênio, que para virar energia é convertido em ATP e pode ser queimado tanto aerobicamente, quanto anaerobicamente (sem oxigênio).

Por tanto, sabemos hoje que queimamos ATP tanto em atividades aeróbicas, quanto nas anaeróbicas, ou seja, o quão duro é uma atividade física pouco importa neste sentido.

Então, como é produzido o lactato sanguíneo?

Lactato Sanguíneo ácido lático e os ciclistas

A queima de ATP gera reações químicas, em especial, em altas intensidades. Esses substratos gerados excedem a capacidade do organismo de eliminar o lactato sanguíneo e os íons hidrogênio. O aumento de íons hidrogênio torna o sangue e os músculos mais ácidos, o que reduz a capacidade muscular de funcionar e é isso que faz com que você diminua a velocidade.

Até bem pouco tempo atrás, pensávamos que se continuássemos a nos exercitar em alta intensidade, nossos músculos começariam a “queimar” tanto, ao ponto de que nos seriamos obrigados a parar ou pelo menos reduzir à intensidade até que o organismo pudesse novamente limpar o nosso sangue. Por isso, pensávamos que o acúmulo de lactato sanguíneo nos impedia de realizar pedais em altas intensidades.

Uma nova pesquisa demonstrou que o acúmulo de ácido lático nos músculos não deixa os músculos cansados ​​como se pensava, mas na verdade ajuda os músculos a se contrair enquanto você se exercita nesse estado anaeróbico.

Frequência cardíaca e Zonas de Potência. Como as zonas de treino entram nisso?

Lactato Sanguíneo ácido lático e os ciclistas

Em baixas intensidades de treino, o ciclista percebe que ainda respira com facilidade e pode até falar frases inteiras. Nessas zonas de treinamento (Recovery, Z2 e até Z3) ainda temos bastante oxigênio disponível para o metabolismo energético, o lactato sanguíneo produzido pela pequena contribuição do metabolismo anaeróbico será eliminado pelo organismo sem grandes problemas.

Entretanto, quando você se exercita na zona de frequências cardíacas como no teto da Z3, ou em tiros de VO2MAX e nas zonas de potência do VO2MAX, ANC e NEU em altas intensidades, em algum momento, você ultrapassa o limiar de lactato sanguíneo. Nesses níveis, você começa a queimar seus estoques de energia mais anaerobicamente ou sem oxigênio. É fácil de identificar quando você vai estourar o seu limiar, basta notar se já está sem folego, com dificuldade de falar até mesmo 3 palavras simples de uma frase.

Portanto, quando você estiver na bicicleta fazendo um grande esforço e começar a ficar sem fôlego, vai  “sentir a queimação”, lembre-se de que o lactato sanguíneo que você está produzindo está na verdade te ajudando a continuar pelo tempo que você pode sustentar esse esforço, e não o contrário como imaginávamos.

O que podemos fazer para evitar a queimação nas pernas nas subidas?

Lactato Sanguíneo ácido lático e os ciclistas

Existem razoáveis e até bons escaladores que por questões de tempo ou pela topografia da região onde treinam não encontram muitas subidas. Então, porque alguns caras como esses sobem bem?

Primeiramente, apesar de parecer tudo igual, quando estamos pedalando numa subida por exemplo, existem fibras musculares sendo recrutadas, que num pedal por um terreno plano não estão sobre tanto trabalho. Por tanto, encontre variações e novos estímulos em seus treinos, promover um treino que favoreça novos estímulos pode ser um bom começo.

É possível desenvolver sua força fazendo treinos com cadencias mais baixas. Explore a coroa maior da sua road bike e pegue os cogs mais baixos do k7. Treinos com 53/11 ou 53/12 ou 14 a uma cadência entre 60 a 70rpm podem trazer ganhos de força, mesmo que treino no plano.

Outra dica valiosa requer subidas e um pouco de paciência, pois dificilmente se acerta de primeira. Na verdade, é bom mesmo tirar uma média. Refiro-me a busca pela cadencia funcional de subida, algo pouco falado, mas que tem feito grande diferença pra muitos ciclsitas. A cadencia funcional de subidas consiste na cadencia ideal entre o máximo de força suficiente para se vencer a subida toda e o giro do pedivela que não lhe deixe ofegante e sem ar. Entre estas duas variáveis estão a sua cadencia perfeita para sustentar a subida eficientemente por mais tempo.

Lactato Sanguíneo ácido lático e os ciclistas

E por fim, e muito negligenciado, trabalhe seu core com treinos fora da bike como os abdominais simples, exercícios de prancha e com ajuda de aparelhos que estimulem o seu equilíbrio e força. Crie um abdome forte e uma lombar resistente para que suas pernas tenham uma boa base para empurrar os pedais sem perda de energia e com a melhor economia de movimento possível. Só aí você já poupa muita energia mesmo, pode acreditar.

Dor muscular tardia e o lactato sanguineo

O lactato sanguíneo tende a ser “limpo” do organismo rapidamente, inclusive, treinadores recomendam muitas vezes um giro levinho após o treino mais severo. Já a dor muscular tardia tende a perdurar um pouco mais, podendo ser sentida de 24 até 72 horas após o exercício.

A dor muscular tardia além do incomodo da dor, normalmente também causa uma certa perda de força e especialmente de amplitude de movimentos musculares. O que exatamente causa a dor muscular tardia ainda é em partes desconhecido. Sabemos que ela é causada por danos às células musculares e aumento dos níveis de diferentes metabólitos que são liberados no tecido ao redor das células musculares. O inchaço e a dor é causada pela resposta inflamatória e nos casos mais comuns duram de um ou dois dias após o exercício e geralmente desaparece totalmente alguns dias depois.

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